domingo, 20 de fevereiro de 2011

Terapia da Pornéia - Combate Físico (Vigílias)

O fato de o corpo contribuir para o surgimento da paixão pela luxúria requer que ela seja combatida também com remédios que envolvam o corpo.

1) Trabalho Manual - evitar o ócio e possibilitar um sadio cansaço físico, recomenda-se a prática de esportes.

2) Vigílias - podem ser vigílias no sentido estrito da palavra (foto), mas não se resume a isto. É importante que a pessoa em busca da cura da pornéia se habitue a uma ascese do sono. O "vigilante" não é o que dorme pouco, mas também o que dorme e acorda cedo, em horário determinado. Este hábito, inadequadamente julgado por alguns como incompatível com a vida moderna, é sinal de uma vida ascética e saudável. Começar o dia com o sinal da cruz para recebê-lo de Deus e iniciá-lo em seu Nome é um gesto de fé, que exprime a certeza de que o dia é um chamado. Quem não se sente chamado por ninguém costuma ser indolente e terá dificuldade em se levantar da cama na hora certa. A disciplina do sono está intimamente ligada à castidade, porque a pessoa que dorme tarde e acorda tarde, geralmente, é comandada pelo próprio corpo. O corpo deve ser comandado como uma "criança desobediente" que não quer ir cedo para cama. A noite é uma pequena morte, assim ela deve ser acolhida sem se tornar um prolongamento artificial do dia: há um momento em que se deve cessar a própria atividadade. É inútil e presunçoso "à noite retardar o repouso, para ganhar o pão sofrido do trabalho" (Sl 127, 2) e não é heróico reduzir o tempo do próprio repouso. É sábio e realístico aceitar o fim do dia e deixar para o dia seguinte o que não se pôde concluir. É sinal de identidade positivia, no reconhecimento dos próprios limites, não esperar demais da própria resistência física e psíquic apar não chegar - se possível - ao fim do dia exausto, assim com confiar em Deus o dia passado e as obras que realizamos, sempre imperfeitas, para que Deus tudo purifique e realize levando à salvação. Ir para cama cedo é um gesto de humildade e um "ensaio" para a morte. Devemos ser capazes de entregar para Deus o trabalho incompleto de cada dia, da mesma forma que entregamos, por ocasião da morte, o trablho incompleto de nossa existência na terra. É natural concluir o dia que termina com uma oração da noite. Que ele não seja engolido pelas trevas desaparecendo no vazio da insignificância como tempo perdido, mas seja guardado no croação do Eterno e se abra ao "dia sem ocaso".
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Pe. Paulo Ricardo, in "Um Olhar que Cura".
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(Foto: João Batista na transição entre o Cristianismo e o Judaísmo procura a santidade através da renúncia ao alimento e à sensualidade)

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