A Juventude no Brasiil

Juventude e Religião

Dentre os diversos elementos que compõem a realidade da juventude brasileira, destaca-se a religião. Apesar da presença visível do ateísmo, especialmente nos centros urbanos, a experiência religiosa é fator relevante na vida de grande parte da juventude.

O perfil religioso dos jovens brasileiros assemelha-se ao da população do país: a grande maioria católica, seguida dos evangélicos e dos "sem-religião". Também é evidente, em meio à juventude, a tendência da diminuição da presença católica e do crescimento das confissões evangélicas e daqueles que declaram não ter religião.

Grande parte dos jovens que se dizem sem religião demonstra acreditar em Deus, ainda que não estejam vinculados a alguma Igreja - é o que aponta o estudo de Regina Novaes Juventude, percepções e comportamentos: a religião faz a diferença (2005).A pluralidade própria do campo religioso, somada à disponibilidade para novas experiências, provoca o trânsito juvenil por diversas crenças e místicas, sem necessariamente pertencer a uma Igreja determinada.

O diálogo ecumênico e inter-religioso se torna mais possível, então, à juventude? Haveria maior tolerância religiosa entre os jovens? As análises desse estudo revelam que sim.

A presença marcante dos jovens se verifica não apenas nas religiões consideradas tradicionais, mas também nas religiões afro-brasileiras - especialmente no candomblé e na umbanda -, nas orientais e no espiritismo. Hoje a relação do ser humano com Deus tem sido percebida de forma diferente, o que abre ao jovem a possibilidade de buscar outras expressões religiosas além das religiões históricas.

Outro ponto a destacar é a atuação de jovens religiosos em espaços públicos, como os conselhos de juventude nas esferas municipais, estaduais e nacional. 

Ao relacionar fé e política, diversos grupos católicos, protestantes e de religiões afro-brasileiras, entre outras, envolvem-se nas ações de defesa dos direitos da juventude, entendendo que a fé se expressa também no campo social da vida.

(Paula Cervelin Grassi - Conselho Nacional da Juventude)