terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Terapia da Gastrimargia - A Temperança


Jejum! É a primeira coisa que nos ocorre em contraposição à gula. Mas, quem ainda leva a sério a prática do jejum? Muitos o classifica como uma prática antiquada, descenessária e absurda. No seio da nossa igreja católica, há os que vêem essa prática com desconfiança. É óbvio que nós, católicos, não podemos olvidar os jejuns na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Claro, trata-se, aqui, de uma Lei da Igreja, mas, não estaria na hora de a Igreja deixar de lado essas tradições medievais? Por que incentivar o jejum? Há sentido em praticar o jejum, se as pessoas não trabalham para transformar a sociedade? São Tomás de Aquino nos ensina a respeito do jejum, ou seja, à Igreja compete determinar o tempo e modo de jejuar. Entretanto, mesmo diante da ausência de uma legislação, as pessoas deveriam jejuar vez que essa exigência está intrínsica na natureza humana. A ascese (renúncia do prazer ou mesmo a não satisfação de algumas necessidades primárias, com o fim de atingir determinados fins espirituais) e o jejum são imperativos da ética humana natural e não uma tradição de algumas religiões e culturas exóticas.1 O jejum, assim como a abstinência são instrumentos necessários para que cheguemos a ser, simplesmente, humanos. Comparativamente podemos associar o jejum à compra de um carro, nesta compra, você pode dispensar os acessórios (ar condicionado, direção hidráulica, etc.), mas não pode prescindir dos freios... Nós, seres humanos temos que dispor de algo que nos sirva de limite. Se levarmos uma vida desregrada, nos assemelhamos a um carro desgovernado. E, da benção passamos à maldição. O jejum e a abstinência fazem parte do nosso sistema de "freios", ou seja, a nossa virtude de temperança.
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1. Op. Cit. p. 61

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