segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Linguagem

Através da linguagem, o homem ajuda-se ou se desajuda. Ainda mesmo que nosso íntimo permaneça nevoado de problemas, não é aconselhável que a nossa palavra se faça turva ou desequilibrada para os outros.Cada qual tem o seu enigma, a sua necessidade e a sua dor e não é justo aumentar as aflições do vizinho com a carga de nossas inquietações.  A exteriorização da queixa desencoraja, o verbo da aspereza vergasta, a observação do maldizente confunde... Pela nossa manifestação malconduzida para com os erros dos outros, afastamos a verdade de nós. Pela nossa expressão verbalista menos enobrecida, repelimos a a benção do amor que nos encheria do contentamento de viver. Tenhamos a precisa coragem de eliminar, por nós mesmos, os raios de nossos sentimentos e desejos descontrolados. 

A palavra é canal do "eu.

Pela válvula da língua, nossas paixões explodem ou nossas virtudes se estendem. Cada vez que arrojamos para fora de nós o vocabulário que nos é próprio, emitimos forças que destroem ou edificam, que solapam ou restauram, que ferem ou balsamizam. Linguagem,  a nosso entender, se constitui de três elementos essenciais: expressão, maneira e voz. Se não aclaramos a frase, se não apuramos o modo e se não educamos a voz, de acordo com as situações, somos suscetíveis de perder as nossas melhroes oportunidades de melhoria, entendimento e elevação. (...) Nem linguagem doce demais, nem amarga em excesso. Nem branda em demasia, afugentando a confiança, nem áspera ou contundente, quebrando a simpatia, mas "linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal quer dizer de nós". 
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In Fonte Viva

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