segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Educar...



Educar é a tarefa intelectual mais fascinante e, ao mesmo tempo a que mais revela nossa impotência. Se educar uma criança ou adolescente é uma incumbência dificílima, imagine educar a criança mais instigante que pisou nesta terra, o menino Jesus? Educar é viajar pelo mundo do outro sem nunca penetrar nele. É usar o que passamos para nos transformar no que somos. Em tempos atuais em que a educação mundial, do ensino fundamental à universidade, está formando uma massa de jovens que não pensam criticamente nem sabem lidar com desafios existenciais, estudar a mulher que foi incumbida de educar o menino Jesus oxigena nossa inteligência. (...)

A educação pós moderna é a era dos computadores, da internet, dos recursos multimídia. Embora ela tenha trazido vantagens visíveis, são gritantes as suas falhas.

(...) Toda vacina expõe o corpo a antígenos, que, muitas vezes é um vírus atenuado. O objetivo é que o corpo receba um choque metabólico para produzir anticorpos, para que um dia, quando a pesssoa for intectada com um vírus ativo, possa combatê-lo.

Aqui há um princípio psicológico e pedagógico. Muitos pais não sabem como ajudar seus filhos a construir "anticorpos" contra as intempéries da vida. Muitos querem poupar seus filhos dos riscos sociais e existenciais, criam-nos numa bolha artificial. Uma educaçãocompletamente diferente da do menino Jesus. (...) Os computadores e a internet podem ser úteis para o desenvolvimento de algumas áreas da inteligência. Mas um computador não critica, não rejeita, não pressioa, não provoca ansiedade ou frustrações existenciais, enfim, não estimula o sistema "auto-imune" da psique. É preciso ensinar aos jovens que a vida é um contrato de risco, levá-los a compreender que há um mundo lá fora diferente do espaço controlado da sala de aula, da sala de casa e do ambiente da internet.

A melhor maneira de gerar filhos e alunos frágies diante dos desafios da vida é ofercer-lhes um ambiente isento de estímulos estressantes. A ausência desses estímulos pode ser tão prejudicial para o desenvolvimento da inteligência como apresença maciça deles. Jovens educados em ambientes superprotegidos só conseguem brilhar se as situações forem previamente conhecidas.

É fundamental que as escolas, inclusive as universidades, construam laboratórios de riscos sociais, emocionais, profissionais, onde se criem ambientes que simulem ("vírus atenuados"), rejeições, perdas, frustrações, competições. Nesses laboratórios têm de haver liberdade para serem construídas novas idéias e formas de defendê-las, bem como maneiras de trinar a garra para vender produtos e serviços difíceis de ser explicados.

(...) Maria teve de explicar o inexplicável e sobreviver às incompreensões.

Esses laboratórios contribuiriam para desenvolver habilidades par alidar com as intempéries reais da vida, produzindo ânimo para os jovens infrentrarem novos desafios. Caso contrário, eles poderão sentar por décadas nos bancos de uma escola e se tornar apenas frágeis servos do sistema social.
Somente a exceção brilhará.
A educação do menino Jesus é a educação que desenvolve o sucesso interior,as mais excelentes habilidades intelectuais e emocionais. Devemos nos lembar de que um dos princípios que permearam a educação de Maria é:

quem vence sem riscos sobe no pódio sem louvor.
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Augusto Cury, in Maria, a maior educadora da História.

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